sábado, 20 de fevereiro de 2010

A luta em busca da dignidade: ônus e bônus

Ontem comemoramos um ano do atual governo sem o atendimento de nenhuma das reivindicações de nossa categoria. Aquele que assumiu prometendo priorizar segurança pública e resolver os problemas da área, parece que desistiu no meio do caminho ou achou uma nova prioridade para focar.
De toda forma, não nos resumamos a tal situação, a qual já é conhecida de todos e muito pelo contrário, nossa idéia nesse espaço é expor algumas nuances que muitas vezes ficam nos bastidores e a maior parte de nossos companheiros não tomam conhecimento, porém é por demais interessante que todos soubessem os ônus e os bônus em busca da dignidade.
Comecemos falando do bônus, já que são poucos, porém MUITO MAIS significativos do que os ônus. Positivamente, temos em primeiríssimo lugar o respeito, a confiança e o apreço de nossos companheiros. A cada demonstração que recebemos, a cada aperto de mão, a cada reafirmação da confiança depositada, é o combustível para que continuemos firmes e fortes na luta.
Claro que podemos ainda ressaltar aqui a oportunidade de poder falar em nome daqueles que por anos a fio não tinham uma voz e nesse norte, podermos dizer ao mundo: NÃO, A POLÍCIA NÃO É AQUILO QUE PINTAM DELA. É FEITA DE HOMENS E MULHERES DE BEM QUE QUEREM VIVER (OU MORRER) COM DIGNIDADE.
Aos que falam em corrupção, desvios de conduta ou outros males, faço a pergunta: Onde é que mais temos tais condutas? Certamente não é na polícia! O fato é que muitos quando vieram para a Polícia encontraram não os bandidos que tentaram incutir em nossas mentes na Academia de Polícia, mas sim pessoas que amam o que fazem e que querem viver dos seus "salários", mas que estavam paradas no tempo, graças àqueles que as abandonaram.
Passando aos bônus, queremos nos ater apenas aos que acontecem neste momento. Todos sabem de nosso reconhecimento do esforço do Secretário Gominho e do Delegado Geral Canrobert, este último "prata da casa" e que tem se mostrado um grande gestor enquanto chefe de polícia e um grande amigo de todos nós.
Já o Secretário Gominho, Delegado de Polícia Federal, ex-Agente da PF e que tem se esforçado para nos ajudar e talvez, por pensar mais como policial, não tem sido ouvido no âmbito do governo. Boa vontade é o que não lhe falta e projetos foram encaminhados. Excessos à parte, temos de analisar imparcialmente a postura do homem Gustavo Gominho, que é na verdade um cara sincero, sem "papas na língua" e que por muitas vezes desagrada com seu "excesso" de franqueza. Tive a oportunidade de conviver com o mesmo durante a CONSEG e vi, pessoalmente, que mais parecia um policial participante do que um Secretário de Estado. Mas tem seus limites e claramente, adota a sua postura de Secretário de Estado, sua posição política quando afirma "não querer conversa com Flávio". Talvez esta seja a maior dificuldade na relação institucional: separar aquilo que é pessoal, daquilo que é institucional. Enquanto representante de uma categoria, nosso dever é executar as decisões emanadas da maioria e priorizar o sucesso nas reivindicações, desagrade a quem desagradar. Não sei se alguém tem levado falsas informações do tipo para quer tumultuar. O que sei é que temos nossas posições pessoais, às vezes distintas, mas a admiração e o respeito pelas pessoas permanece, como permanece o meu por Gustavo Gominho.
Sabemos ainda, caros companheiros e leitores é que enquanto estávamos em silêncio o governo não estava nem um pouco preocupado em resolver as nossas reivindicações, apesar do Secretário (ou seria do policial) Gustavo Ferraz Gominho preocupar-se.
Falando nisso, ontem conversávamos sobre os nossos papéis, eu e o companheiro Sandro, nosso Vice Presidente e chegamos a uma conclusão comum: não viemos aqui para perder amizades. Estamos aqui para, juntos, lutarmos pela nossa causa, que é a valorização de nossa profissão.
Mesmo assim, ao defendermos posições divergentes, muitas vezes com efusivas manifestações, acabamos por desagradar aos que estão com outro ponto de vista. Porém, aproveito o espaço para pedir que sejamos políticos: que nos degladiemos na tribuna, mas ao descermos dela, nos abracemos e continuemos sendo amigos, companheiros e principalmente nos respeitando, porque essa é a base da democracia!
Um certo dia, nos disseram que determinada pessoa tinha dito (redundância pura): "O governo pode dar 200% de aumento e Flávio não ficará satisfeito ainda. Porque é partidário de fulano, porque é amigo de cicrano, porque vai ser candidato..." e mais um monte de porquês!
A resposta foi curta e, não muito, grossa: Diga que se der os 200%, não só fico satisfeito, como toda a categoria e ainda assino compromisso em cartório de não ser candidato a nada e ainda agradecer em cima do palanque!
Os 200% vieram? Todos sabem que não! Era apenas mais uma tentativa de desqualificar nossa luta e, sinceramente, de nada adiantou. Enquanto representante da categoria, nosso partido é e sempre será o PPC - Partido da Polícia Civil. Enquanto cidadão, temos o direito de optar por mudar ou não, mas isto é assunto para outro artigo...
Desde já, fica o nosso convite para que ao final, possamos todos nos reunir e comemorar, porque não tenho dúvidas da vitória! Os que lutam sempre conseguem e os policiais civis estão lutando. E vamos continuar lutando. Doa a quem doer. Abraços e bom final de semana!

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