terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Com todo o respeito aos artistas circences: NÃO SOMOS PALHAÇOS!

Passou-se o carnaval e já vamos passando mais uma semana e NADA. Quando o governo ofereceu o acordo (bem aquém de nossas expectativas), os policiais civis aceitaram demonstrando flexibilidade, compromisso e respeito ao povo paraibano. A palavra empenhada era de que ainda antes do início do ano legislativo, o Executivo finalizaria a minuta, nos convocaria para mostrar e na primeira semana dos trabalhos da Assembléia Legislativa, o projeto estaria lá para ser votado.

Teoricamente, tudo deveria dar certo e, pelo menos para o ano de 2010, a categoria policial civil conquistaria mais alguns avanços. Ocorre que parece repetir-se 1997, quando no Governo Maranhão II, as promessas foram feitas e ao final o que se viu foi a retirada da gratificação de risco de vida. O final de tudo todos sabem: tanques de guerra na praça e nada de aumento para o funcionalismo público.

Em 2008, ao assumir, o Governador prometeu priorizar segurança pública, o que certamente inclui resolver o problema dos servidores, ou não? Porque se não incluir, seria comprar viaturas, armas, coletes e esquecer do bem estar social dos que arriscam suas vidas para proteger a da sociedade!

O fato é que estamos chegando no mês de março e restará somente este mês para a concessão de reajustes e benefícios por parte do governador candidato à reeleição. E é exatamente por isso que os policiais civis voltaram às ruas para cobrar O CUMPRIMENTO DA PALAVRA E DAS PROMESSAS FEITAS PARA TERMINAR A GREVE. Somente isto.

O que sinceramente, não precisaria nem ser cobrado. É obrigação dos que prometem, cumprir. Perde o povo paraibano que mais uma vez têm os serviços da polícia civil paralisados, sendo que os policiais civis o fazem exatamente para não perderem, já que dependem de suas remunerações para sustentar a si e as suas famílias e por isso dizem: NÃO SOMOS PALHAÇOS! (apesar da função ser também trazer a alegria para a vítima de ter um crime desvendado e seus autores punidos).

sábado, 20 de fevereiro de 2010

A luta em busca da dignidade: ônus e bônus

Ontem comemoramos um ano do atual governo sem o atendimento de nenhuma das reivindicações de nossa categoria. Aquele que assumiu prometendo priorizar segurança pública e resolver os problemas da área, parece que desistiu no meio do caminho ou achou uma nova prioridade para focar.
De toda forma, não nos resumamos a tal situação, a qual já é conhecida de todos e muito pelo contrário, nossa idéia nesse espaço é expor algumas nuances que muitas vezes ficam nos bastidores e a maior parte de nossos companheiros não tomam conhecimento, porém é por demais interessante que todos soubessem os ônus e os bônus em busca da dignidade.
Comecemos falando do bônus, já que são poucos, porém MUITO MAIS significativos do que os ônus. Positivamente, temos em primeiríssimo lugar o respeito, a confiança e o apreço de nossos companheiros. A cada demonstração que recebemos, a cada aperto de mão, a cada reafirmação da confiança depositada, é o combustível para que continuemos firmes e fortes na luta.
Claro que podemos ainda ressaltar aqui a oportunidade de poder falar em nome daqueles que por anos a fio não tinham uma voz e nesse norte, podermos dizer ao mundo: NÃO, A POLÍCIA NÃO É AQUILO QUE PINTAM DELA. É FEITA DE HOMENS E MULHERES DE BEM QUE QUEREM VIVER (OU MORRER) COM DIGNIDADE.
Aos que falam em corrupção, desvios de conduta ou outros males, faço a pergunta: Onde é que mais temos tais condutas? Certamente não é na polícia! O fato é que muitos quando vieram para a Polícia encontraram não os bandidos que tentaram incutir em nossas mentes na Academia de Polícia, mas sim pessoas que amam o que fazem e que querem viver dos seus "salários", mas que estavam paradas no tempo, graças àqueles que as abandonaram.
Passando aos bônus, queremos nos ater apenas aos que acontecem neste momento. Todos sabem de nosso reconhecimento do esforço do Secretário Gominho e do Delegado Geral Canrobert, este último "prata da casa" e que tem se mostrado um grande gestor enquanto chefe de polícia e um grande amigo de todos nós.
Já o Secretário Gominho, Delegado de Polícia Federal, ex-Agente da PF e que tem se esforçado para nos ajudar e talvez, por pensar mais como policial, não tem sido ouvido no âmbito do governo. Boa vontade é o que não lhe falta e projetos foram encaminhados. Excessos à parte, temos de analisar imparcialmente a postura do homem Gustavo Gominho, que é na verdade um cara sincero, sem "papas na língua" e que por muitas vezes desagrada com seu "excesso" de franqueza. Tive a oportunidade de conviver com o mesmo durante a CONSEG e vi, pessoalmente, que mais parecia um policial participante do que um Secretário de Estado. Mas tem seus limites e claramente, adota a sua postura de Secretário de Estado, sua posição política quando afirma "não querer conversa com Flávio". Talvez esta seja a maior dificuldade na relação institucional: separar aquilo que é pessoal, daquilo que é institucional. Enquanto representante de uma categoria, nosso dever é executar as decisões emanadas da maioria e priorizar o sucesso nas reivindicações, desagrade a quem desagradar. Não sei se alguém tem levado falsas informações do tipo para quer tumultuar. O que sei é que temos nossas posições pessoais, às vezes distintas, mas a admiração e o respeito pelas pessoas permanece, como permanece o meu por Gustavo Gominho.
Sabemos ainda, caros companheiros e leitores é que enquanto estávamos em silêncio o governo não estava nem um pouco preocupado em resolver as nossas reivindicações, apesar do Secretário (ou seria do policial) Gustavo Ferraz Gominho preocupar-se.
Falando nisso, ontem conversávamos sobre os nossos papéis, eu e o companheiro Sandro, nosso Vice Presidente e chegamos a uma conclusão comum: não viemos aqui para perder amizades. Estamos aqui para, juntos, lutarmos pela nossa causa, que é a valorização de nossa profissão.
Mesmo assim, ao defendermos posições divergentes, muitas vezes com efusivas manifestações, acabamos por desagradar aos que estão com outro ponto de vista. Porém, aproveito o espaço para pedir que sejamos políticos: que nos degladiemos na tribuna, mas ao descermos dela, nos abracemos e continuemos sendo amigos, companheiros e principalmente nos respeitando, porque essa é a base da democracia!
Um certo dia, nos disseram que determinada pessoa tinha dito (redundância pura): "O governo pode dar 200% de aumento e Flávio não ficará satisfeito ainda. Porque é partidário de fulano, porque é amigo de cicrano, porque vai ser candidato..." e mais um monte de porquês!
A resposta foi curta e, não muito, grossa: Diga que se der os 200%, não só fico satisfeito, como toda a categoria e ainda assino compromisso em cartório de não ser candidato a nada e ainda agradecer em cima do palanque!
Os 200% vieram? Todos sabem que não! Era apenas mais uma tentativa de desqualificar nossa luta e, sinceramente, de nada adiantou. Enquanto representante da categoria, nosso partido é e sempre será o PPC - Partido da Polícia Civil. Enquanto cidadão, temos o direito de optar por mudar ou não, mas isto é assunto para outro artigo...
Desde já, fica o nosso convite para que ao final, possamos todos nos reunir e comemorar, porque não tenho dúvidas da vitória! Os que lutam sempre conseguem e os policiais civis estão lutando. E vamos continuar lutando. Doa a quem doer. Abraços e bom final de semana!

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

PECS 300, 340 e 446: Demagogia em ano de eleição


Ao retornamos da Reunião Nacional dos Representantes Policiais Estaduais realizada na Capital Federal de 01 à 03 deste mês de fevereiro, resolvemos ressuscitar este espaço diante da indignação que nos bateu ao nos defrontarmos com certas situações.
Entre os temas da reunião, estava exatamente o posicionamento nacional da categoria sobre as PECS ultimamente tão faladas, a 300, a 340 e a446 (antiga 41), todas tratando de um piso nacional para os profissionais de segurança pública. Fizemos minuciosa análise de todas as proposições, consultamos a bancada de líderes do congresso e mais ainda: fomos verificar e apoiar in loco a mobilização de nossos irmãos da Polícia Militar.
Ao chegarmos na Câmara Federal para nos reunirmos com o presidente Michel Temer, encontramos uma verdadeira multidão de profissionais esperançosos e motivados para a conquista de um sonho: dignidade remuneratória e valorização profissional. Logo ao iniciarmos a conversa com nossos irmãos, as decepções logo começaram a aparecer.
Primeiro, os que promoveram a mobilização, mesmo detentores de mandatos, não proporcionaram nenhum tipo de infra-estrutura aos que se deslocaram com muito sacríficio para a mobilização. Não tiveram sequer a preocupação de providenciar acomodações para os seus representados! Policiais dormiram no chão, dentro de ônibus e ainda tiveram de financiar almoços de 28 reais na estrada! Mais um motivo para orgulhar-me de pertencer a este universo: a força para lutar mesmo diante dos sacrifícios.
Porém, a revolta é inevitável, vez que os gabinetes têm verbas para tudo e enquanto os respectivos parlamentares dormiam confortavelmente, os guerreiros se amontoavam num verdadeiro ambiente de guerra!
Soubemos da tendência de arquivamento da PEC 300, porém não queríamos crer e sim a sua aprovação, que certamente levaria a da 340, dos mesmos moldes. Com a aprovação da PEC 41 no Senado, que supera os vícios de inconstitucionalidade nunca nos equivocamos no que será o nosso próximo passo: será preciso uma grande mobilização nacional para que o valor deste piso seja digno tanto para PC, como para PM. Sempre soubemos que não atenderão a uma só corporação e nos alegramos com a garantia de que os inativos e pensionistas serão contemplados!
Escrevemos hoje para desabafar, para desmascarar aqueles que fizeram destes projetos bandeiras eleitoreiras, com o único intuito de elegerem-se ou reelegerem-se, sem medir o que a esperança natimorta que estavam causando em pessoas de bem, homens e mulheres valorosos que há muito aguardam por dignidade.
Revolta-nos o fato de que essas pessoas se dizem contra a PEC 446, esta considerada constitucional, plausível e exequível e por vários motivos. Dentre eles, sabemos que o principal é não ter tido "ligação direta" com o projeto e por isso não poder "colher frutos" eleitorais. Um dos casos é o do que se auto-intitula "relator" de um dos projetos, quando na verdade foi apenas relator da Comissão Especial que analisou tal proposição.
Outro motivo evidente é que na verdade não acreditam nos guerreiros, pois quem lutou por um projeto, certamente luta pelo objetivo, seja qual for o caminho. Ademais, EU ACREDITO EM NÓS, policiais civis, militares e bombeiros. ACREDITO em nossa UNIÃO, em nossa FORÇA e no nosso SONHO.
Não deixemos que falsos profetas nos desanimem. Permaneçamos unidos e mobilizados em busca do OBJETIVO e não de um número! 300, 3000 ou 446, não importa. O que importa é que consigamos realizar a justiça para conosco: remuneração digna e valorização profissional. O resto é demagogia barata em ano de eleição.
A luta continuará e sairemos vitoriosos! Nisso podemos acreditar! Avante Policiais do Brasil, a vitória está mais próxima do que se imagina! E será NOSSA e nunca daqueles que apenas queriam promover-se!

Flávio Moreira
Policial, com muito orgulho!

P.S.: DESAFIO QUALQUER DOS PARLAMENTARES PARA UM DEBATE TRANSPARENTE E REALISTA SOBRE O TEMA. COM A VERDADE, SEM VENDER ILUSÃO.